sábado, 15 de março de 2014

Chega de saudade João Gilberto

Bossa Nova

Introdução à Bossa Nova 

Durante a década de 50, o Brasil vivia a euforia do crescimento econômico gerado após a Segunda Guerra Mundial. Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, um grupo de jovens músicos e compositores de classe média alta do Rio de Janeiro começou a buscar algo realmente novo e que fosse capaz de fugir do estilo operístico que dominava a música brasileira. Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia influenciar o mundo com sua cultura, por isso, o novo movimento visava a internacionalização da música brasileira.

Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.
A Bossa Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.
A Bossa Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova ao samba, ao baião e ao xote nordestino.
Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.


Disponível em
http://www.brasilescola.com/artes/bossa-nova.htm

quarta-feira, 12 de março de 2014

TROPICALISMO AGORA

"Ele vivo agora e é perigoso. 

Como diz o Guimarães Rosa: “viver é perigoso”.


 Mas é preciso estar num estado a perigo, num estado de jagunço, para compreender e recriar o Tropicalismo, para não cair no tropicapitalismo."

  José Celso Martinez Corrêa



Minha geração  foi toda maluca; por que então continuar no armário, na velhice, depois de ter saído dele na juventude?."

José Celso Martinez Corrêa



Quem nunca foi a um espetáculo teatral encenado por José Celso Martinez Corrêa não sabe o que é teatro, ou, no mínimo, nem imagina o grau de subversividade alcançado pela chamada “arte do efêmero”, capaz de romper com tudo quanto é limite, sejam eles cênicos e estéticos, sejam eles, principalmente, morais. Aliás, quem nunca foi a um espetáculo de José Celso Martinez Corrêa simplesmente ainda não viveu.

Gil cantando acompanhado pelo grupo "Os Mutantes"




Gil cantando acompanhado pelo grupo "Os Mutantes"




segunda-feira, 10 de março de 2014

O Avesso da Bossa - Trechos do Doc

    SOM BRASIL ESPECIAL - 1997 - HOMENAGEM TROPICÁLIA


“Tropicália era uma ilha, uma utopia. Tropicalismo foi um grupo, um movimento”, diz Gil.


parte 1


parte 2

parte 3


parte 4


parte 5

Tropicália: por onde anda o avesso da Bossa Nova?

Artes de Março

 Festival homenageia um dos mentores do Movimento Tropicalista.
Consagrado como o principal festival de arte e cultura de Teresina, o Artes de Março chega a mais uma edição. Mais do que um evento que leva música, dança, entretenimento, exposições, bate-papos e agora cinema de forma gratuita e acessível à população, o Artes de Março traz à tona, a cada ano, um movimento da nossa cultura ou homenageia um dos nossos grandes ícones da música popular brasileira.
De 10 a 16 de março, o Artes de Março homenageia um dos mentores do Movimento Tropicalista, o piauiense Torquato Neto, que neste ano completaria 70 anos. Na “Semana Torquato Neto”, prestam tributo ao nosso “Anjo Torto” o grupo piauiense Validuaté, a cantora nacional Ana Canãs, o espetáculo Espaçon@ve Louca, o cantor Teófilo e a Orquestra Sinfônica de Teresina.
Já no segundo momento, denominado “Semana Tropicália”, que acontece de 17 a 23 de março, quem participa é o jornalista Paulo José Cunha, que comanda um painel sobre a “Vida e obra de Torquato Neto”, além das atrações locais Audioteipe, o Espetáculo Geléia GeralLuana Campos & Ostiga Jr. com uma apresentação especial, e, para fechar o Festival, em grande estilo, o grupo nacional Os Mutantes.

Ref.: http://www.teresinashopping.com.br/arnaldo-antunes-faz-show-inesquecivel-na-abertura-do-artes-de-marco/

Tropicália ou Panis et Circencis por Arnaldo Antunes

O livro "Tropicália ou Panis et Circencis" (Iyá Omin Edições), de Ana de Oliveira, é um tributo ao disco-manifesto tropicalista, lançado em 1968. A edição vem numa caixa semi-transparente, acompanhada de 12 pôsteres, assinados por importantes nomes das artes visuais e do design internacional.

Para a abertura do livro, Arnaldo Antunes escreveu umas palavras sobre o manifesto:



“Este livro é uma reflexão sobre o disco-manifesto ‘Tropicália’, mas também um reflexo do que ele semeou. As diferentes abordagens, estilos, pontos de vista e criações gráficas a partir de suas doze canções, ilustram, em seu mosaico diversificado, o quanto aquelas conquistas encarnaram em nossa realidade cultural o espírito de invenção, de mistura, de afirmação vital das nossas potencialidades. O ‘Panis et circencis era só o começo”.


Ref.: http://www.arnaldoantunes.com.br/new/index.php?page=21

quarta-feira, 5 de março de 2014

Tropicália. Som Brasil 1997 - Canal Viva

    SOM BRASIL ESPECIAL - 1997 - HOMENAGEM TROPICÁLIA


“Tropicália era uma ilha, uma utopia. Tropicalismo foi um grupo, um movimento”, diz Gil.


parte 1


parte 2

parte 3


parte 4


parte 5

Documentário Tropicália - Trailer


Documentário reavalia impacto do Tropicalismo na cultura




Tropicália ou Tropicalismo?
A diferença fica mais clara ao longo das declarações de nomes como Tom Zé, Gal Costa, Rita Lee, Arnaldo e Sergio Baptista, Guilherme Araújo, Rogério Duprat, e principalmente de Helio Oiticica, Glauber Rocha e do artista gráfico Rogério Duarte. Este último com excelentes pontuações e uma lucidez capaz de fazer qualquer ‘ficha cair’.
Além da (deliciosa) discussão ‘cabeça’ do que era de fato a Tropicália, o documentário traz um farto material em fotos e imagens. Muitas delas inéditas ou desconhecidas do grande público, como uma apresentação de Gil e Caetano em uma TV portuguesa em 1970.
Outra imagem que deve chamar a atenção do público é a que mostra a participação de Gil e Caetano no festival da Ilha de Wight, na costa sul inglesa. O vídeo foi cedido pelo documentarista inglês Murray Lerner. Nem o próprio Caetano sabia da existência das imagens. Nelas, o baiano, em ‘puro êxtase’, estado parecido com o de Gil, canta “Shoot Me Dead”.
E, nesse momento, dá vontade de abrir um buraco no chão do cinema. Não pela atuação dos músicos brasileiros, claro. Dá é vergonha de constatar algo: enquanto o governo (militar) brasileiro queria jogar Gil e Caetano para o esquecimento, o mundo estava a fim de ouvir o que os baianos tinham para dizer. Neste festival de Wight, um locutor declara: “Esse grupo do Brasil está aqui porque não pode fazer música em seu país. Mas aqui eles podem”.
Algo semelhante acontece em um programa na TV francesa no qual Caetano é convidado para se apresentar. Ela faz uma linda versão de “Asa Branca”, clássico do repertório de Luiz Gonzaga.
Mas, como bem diz Tom Zé no filme: “eles estavam presos, exilados, mas as canções deles estavam por aí”.
As canções deles estavam e estão por aí. E Tropicália relata um momento em que o caldeirão estava fervendo. Gil com a ideia de misturar rock e ritmos nordestinos, Caetano e sua poesia vibrante, a MPB de Elis e Edu Lobo protestando contra as guitarras elétricas, os festivais de música, a televisão dando espaço para o novo.
Vale pela história, pelos artistas, pela música, pelas imagens.  Como disse o próprio Caetano, em recente composição feita para Gal Costa: “Coisas sagradas permanecem /Nem o Demo as pode abalar”.
Danilo Casaletti. Revista Época. Coluna Mente Aberta. 03/09/12



TRAILER
Quase cinco décadas depois do auge deste furacão, entre 1967 e 1969, o documentário "Tropicália", de Marcelo Machado, reavalia suas manifestações, encontrando material para repensá-lo e ao seu contexto, indo ao encontro de seus principais participantes e também suas raízes e precursores.