quarta-feira, 7 de maio de 2014

ENFIM TROPICÁLIA E GLAMOUR

“O tropicalismo era uma espécie de liderança cultural da época, que provocava as outras linguagens!”

"O período de vigência do AI-5 é sempre lembrado como um tempo sem perspectivas. Mas antes dele, ainda nos primeiros anos após o golpe de 64, a vida cultural era intensa no Brasil, apesar da censura e da repressão. 

Os artistas reagiram de formas diferentes ao golpe de 64. 

Entre os músicos da 'geração Bossa Nova', por exemplo, houve uma divisão. 

Diversos artistas preferiram não participar diretamente da discussão política. Por outro lado, muitos nomes importantes da música popular, como Nara Leão, Sérgio Ricardo, Geraldo Vandré e Chico Buarque, fizeram oposição explícita ao governo militar. 

A proposta formal de arte engajada foi adotada pela União Nacional dos Estudantes, que criou os CPCs, Centros Populares de Cultura. 

O movimento foi além da música e engajou escritores como Ferreira Gullar, dramaturgos como Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, e os realizadores do Cinema Novo. 

Em 1965 a TV Record passou a transmitir o programa "O Fino da Bossa", sob o comando de Elis Regina e Jair Rodrigues. A emissora aproveitava o nome de um espetáculo de sucesso apresentado no Teatro Paramount por estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. A proposta inicial da emissora, de abrir espaço para a chamada "música brasileira autêntica", foi se modificando sob a influência dos estudantes. 

As letras das músicas eram cada vez mais contundentes e alusivas ao momento político."


Na foto, Lilian, Darci, Mailu, Inge, Mila e Lúcia vestem criações de José Nunes, com estampas de Aldemir Martins, da coleção Brazilian Style, Rhodia. Jardim de Alá, Salvador, BA, 1964.

E, no fim dos anos 60, surgiu a Tropicália, uma corrente que refletia bem os conflitos políticos e estéticos da época. 


Anos 60: Jovem Guarda, Tropicalismo...
A mesma TV Record criou, para ocupar as tardes de domingo, o programa "Jovem Guarda", com Roberto Carlos, numa linha bem diferente. As gírias, as roupas e os cabelos longos davam o tom do programa. Expressavam uma concepção de vida em que o ideal era ter um carrão vermelho e andar à toda velocidade pelas curvas da estrada de Santos.

IMAGEM
Caetano Veloso, fim dos anos 60: tropicalismo...
No fim dos anos 60 surgiu a Tropicália, uma corrente que refletia bem os conflitos políticos e estéticos da época. Os baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil pretendiam renovar a MPB, para eles estagnada desde João Gilberto.

Os tropicalistas procuravam uma estética que lhes parecesse nova na arte. O movimento agrupou artistas como o dramaturgo José Celso Martinez Correa, o maestro Rogério Duprat, o artista plástico Hélio Oiticica e os poetas concretistas Augusto e Haroldo de Campos.
As idéias de uma nova estética defendidas por Caetano Veloso enfrentavam a resistência de uma parcela de jovens engajados no movimento estudantil. O maior atrito aconteceu durante um festival no teatro TUCA, em São Paulo, em 1968. Revoltado com a desclassificação da música "Questão de Ordem", de Gilberto Gil, Caetano fez um discurso sob vaias e cantou a música "É Proibido Proibir", uma citação do movimento estudantil francês de 1968.IMAGEM
... junto com Gilberto Gil
Com a decretação do AI-5, em dezembro de 68, passou a haver um controle mais rígido das atividades culturais. Muitos artistas desagradáveis ao regime acabaram exilados.

Referência: TV Escola

País Tropical - Jorge Ben Jor
Atrás do Trio Elétrico - Caetano Veloso
Mamãe Coragem - Gal Costa
São, São Paulo - Tom Zé
Acabou Chorare - Novos Baianos